Luiz Gonzaga Jardim da Saudade 1952
Em 1952, no auge do baião, Luiz Gonzaga esteve pela primeira vez como artista nesse estado da federação porque no seu tempo de caserna, que vai de 04/07/1930 a 27/03/1939, ele serviu ao Exército no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Ceará, Piauí, Matogrosso e Rio de Janeiro. Ficou muito encantado com tudo o que viu e mais feliz ainda quando soube que entre os municípios gaúchos havia um com o nome de São Luiz Gonzaga.
São Luiz Gonzaga pertenceu no passado ao município de Rio Pardo, Cruz Alta, São Borja e Santo Ângelo. No final do século passado (1880), por Lei Provincial, foi elevada à categoria de Vila e, em 1902, recebeu sua outorga de Cidade. Fundada pelo padre Miguel Fernandes em 1686, a cidade fazia parte da República Guarani, dominada pelos jesuítas e índios até a expulsão desencadeada pelos exércitos de Portugal e Espanha, que se estabeleceram na região após o Tratado de Madri, em 1750. Entre os seus atrativos culturais destacam-se o Museu Municipal Senador Pinheiro Machado e as Ruínas de São Lourenço.
Pois bem, ainda em 1952, em agosto, Luiz Gonzaga gravou sua homenagem aquele estado, aproveitando-se de uma valsa muito famosa de um dos filhos inesquecíveis do Rio Grande que era seu amigo: Lupicínio Rodrigues. A música tem o sugestivo nome de Jardim da Saudade, expressão com que se batizam os cemitérios, mas não foi este o sentido que lhe quis dar o seu compositor.
Nunca vi nome tão apropriado também para o lado de cá do Brasil porque se juntarmos todas as flores desse imenso jardim musical que Luiz Gonzaga nos deixou, teremos aí um belo jardim da saudade!
A música faz 40 anos de lançamento em disco de 78 RPM exatamente em setembro deste ano e foi gravada no ano em que Luiz Gonzaga completou 40 anos de idade. Ele foi o primeiro artista a gravar esta valsa do grande Lupicínio Rodrigues que alguns pesquisadores equivocadamente colocam Alcides Gonçalves como seu parceiro. Ele o foi em outras músicas, porém nesta não.