MOSTEIRO DE LEÇA DO BALIO
O MOSTEIRO DE LEÇA DO BALIO, ONDE SE INSCREVE A IGREJA DE SANTA MARIA DE LEÇA DO BALIO, LOCALIZA-SE NA POVOAÇÃO E FREGUESIA DE MESMO NOME, NO CONCELHO DE MATOSINHOS, DISTRITO DO PORTO. VIZINHO À FOZ DO RIO LEÇA, CERCA DE UMA LÉGUA AO NORTE DO CENTRO HISTÓRICO DO PORTO, TRATA-SE DE UM ORIGINAL EXEMPLAR DE ARQUITECTURA RELIGIOSA FORTIFICADA. PRESUME-SE QUE NO LOCAL EXACTO ONDE HOJE SE SITUA O MOSTEIRO TERÁ EXISTIDO UM TEMPLO ROMANO DEDICADO A JÚPITER ,DO SÉCULO PRIMEIRO, E UMA VILLA DECIA JUNTO AO LOCAL. UMA DAS MAIS SIGNIFICATIVAS DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS A ATESTAR ESSE FACTO FOI UMA INSCRIÇÃO ROMANA DEDICADA AO DEUS JÚPITER, NA QUINTA DO ALÃO.
Mosteiro de Leça do Balio 2017
Presume-se que no local exacto onde hoje se situa o mosteiro terá existido um templo romano dedicado a Júpiter (do século I), e uma Villa Decia junto ao local. Uma das mais significativas descobertas arqueológicas a atestar esse facto foi uma inscrição romana dedicada ao deus Júpiter, na Quinta do Alão.
Mas de acordo com a tradição, a primitiva edificação do local remonta a um pequeno mosteiro com uma igreja, sob a invocação do Salvador, erguidos no século X através do patrocínio de um senhor daqueles domínios, no contexto da Reconquista cristã da Península Ibérica, à época dos primeiros monarcas asturo-leoneses. Nenhum elemento dessas estruturas pré-românicas chegou até aos nossos dias.
Ao longo de todo o século XI o primitivo mosteiro é referido em diversos documentos coevos: um documento de 1003 descreve a doação do mosteiro a D. Tructesindo Osores e sua mulher D. Unisco Mendes, padroeira do mosteiro. No ano de 1021, o mosteiro foi deixado aos filhos do casal, mas em 1094, o padroado foi transmitido à Sé de Coimbra, por doação de Raimundo de Borgonha, conde da Galiza, e sua mulher Urraca I de Leão e Castela.
Crê-se que D. Guntino (prior do mosteiro no século XI), tenha feito obras no mosteiro e renovado a igreja.
Em data incerta, na segunda década do século XII, D. Afonso Henriques (1112-1185) doou o couto de Leça à Ordem dos Hospitalários[1], uma das primeiras Ordens Militares documentadas em território português. No primitivo mosteiro estabeleceu-se a Casa Capitular da Ordem, que passou, posteriormente, a sede de um de diversos bailiatos, de onde adveio o topônimo à povoação: Leça do Bailio[2].
O atual templo[editar | editar código-fonte]
Na posse dos Hospitalários, o primitivo mosteiro recebeu mais ampliações e reformas que lhe deram feições de natureza militar em estilo românico, cujo elemento mais marcante foi a construção de uma sólida torre ameada. A época em que os hospitalários tomaram posse do couto terá sido riquíssima para o mosteiro, uma vez que a ele pertenciam inúmeras igrejas do actual concelho de Matosinhos. O mosteiro foi reedificado por D. Gualdim Paes de Marecos, em 1180 e dedicado a Santa Maria.
O actual templo, síntese do estilo românico e gótico, remonta a uma grande campanha construtiva iniciada pelo prior da Ordem, D. Frei Estevão Vasques Pimentel, entre 1330 e 1336, quando foram renovados ainda os edifícios monacais e o claustro, dos quais vários elementos chegaram até aos nossos dias.
Aqui foi celebrado o matrimónio do rei D. Fernando (1367-1383) com D. Leonor Teles. Posteriormente, no contexto da Crise de 1383-1385, ali esteve o Condestável Nuno Álvares Pereira, em 1385, no início da jornada que lhe deu a posse do Castelo de Neiva e de outras localidades na região.
Na sequência do triunfo liberal no país, o mosteiro de Leça do Balio assistiu à extinção das ordens religiosas (1834), perdendo os seus privilégios e direitos que a ordem ainda possuía sobre a freguesia, sendo integrada no concelho de Bouças (actual Matosinhos), em 1835.
Encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910.
Capella Duriensis no Mosteiro de Leça do Balio
Capella Duriensis, apresentado no Mosteiro de Leça do Balio, Matosinhos.
Captação e Edição de Video - Lara Plácido
Mosteiro de Leça do Balio (artigo de igespar.pt)
Uma antiga tradição refere que aqui existiu um primeiro edifício religioso pré-românico, construído no século X, mas de que nenhum elemento chegou até nós. Nos primeiros tempos da nacionalidade, pelos meados do século XII, D. Afonso Henriques doou o couto de Leça à Ordem do Hospital, a primeira Ordem Militar documentada em território português.
A construção que actualmente observamos não data do século XII, apesar de, nessa altura, se ter edificado um mosteiro românico. O imponente edifício fortificado que sobreviveu até hoje é uma construção gótica, datado da primeira metade do século XIV, e impulsionado por Fr. Estêvão Vasques Pimentel, falecido em 1336 e que se fez sepultar, em campa rasa, diante do altar. Por essa data, portanto, depreende-se que a cabeceira estaria em adiantado estado de construção, ou mesmo já terminada.
São duas as correntes artísticas dominantes neste monumento, aparentemente em contradição estética e funcional entre si, mas, um tanto paradoxalmente, aqui integradas de forma harmoniosa. De um lado, o esquema palnimétrico e volumétrico mendicante aplicado às igrejas. De outro, a máscara de fortificação e de poder que caracteriza exteriormente o edifício.
Em planta, o modelo mendicante é claro: três naves, organizadas em cinco tramos, sendo o último uma espécie de transepto inscrito, marcado apenas em altura; a divisão do espaço é feita através de grossos pilares, de perfil cruciforme pelo adossamento de colunas nas suas quatro faces; a cabeceira é tripla, com uma capela-mor mais profunda que os absidíolos, e de secção nascente poligonal. Se a estas características se juntar a cobertura em madeira das naves e o abobadamento em cruzaria de ogivas da cabeceira, temos um conjunto de indicadores que remetem para aquele modelo mendicante, que gozou de enorme sucesso na nossa arquitectura gótica, desde a igreja de Santa Maria do Olival, em Tomar, até praticamente ao século XVI.
Exteriormente, contudo, é uma outra linguagem estético-artística que vinga. A existência de merlões a toda a roda do edifício, de um caminho de ronda, de um balcão defensivo sobre o portal principal, ameado e dotado de matacães, e, principalmente, de uma robusta e grandiosa torre a ladear a fachada principal, pelo lado Sul, conferem a este monumento um estatuto ímpar na arquitectura religiosa gótica no nosso país, e colocam-no como principal exemplo do núcleo de igrejas-fortificadas então construídas.
Muito se tem já escrito sobre este carácter militar do templo de Leça do Bailio, discutindo-se, especialmente, se se trata de uma igreja-fortificada, se de uma igreja-fortaleza. O que parece claro é que a Ordem dos Hospitalários, em pleno século XIV, optou por um modelo construtivo religioso, de forte carácter militar, numa época em que a linha de fronteira que alimentava o antagonismo reconquistador estava bastante afastado. Tal facto justifica-se pelo objectivo de representação retórica da força (PEREIRA, 1995, vol. I, p.388), tão característico de uma Ordem Militar, e tão efectivo numa zona em que os detentores de poder eram ainda as velhas famílias de Infanções.
A estrutura militar de todo o conjunto foi também já interpretada como um sinal de arcaísmo do projecto, cujas abundantes massas pétreas contradizem muito do que foi a origem do Gótico. Tal leitura, todavia, apresenta-se hoje demasiado redutora, face ao complexo e erudito programa construtivo que foi seguido. Idênticas cautelas devem ser tomadas em relação aos capitéis das naves. O facto de ostentarem temas historiados, fez com que alguns autores tenham reconhecido um fundo românico na sua execução. No entanto, o Gótico continuou a utilizar a decoração figurativa em capitéis, e ainda que o granito tenha determinado uma maior simplificação das formas, estes capitéis correspondem a uma religiosidade já bem Gótica, como o atesta a crucificação de Cristo, em detrimento da natureza essencialmente divina do filho de Deus, que domina a iconografia românica.
O castelo de Leça do Balio
O Mosteiro de Leça do Balio, onde se inscreve a Igreja de Santa Maria de Leça do Balio, localiza-se freguesia de Leça do Balio, no concelho de Matosinhos, distrito do Porto, Portugal.
Vizinho à foz do rio Leça, cerca de uma légua, trata-se de um original exemplar de arquitectura religiosa fortificada.
Presume-se que no local exacto onde hoje se situa o mosteiro terá existido um templo romano dedicado a Júpiter (do século I), e uma Villa Decia junto ao local. Uma das mais significativas descobertas arqueológicas a atestar esse facto foi uma inscrição romana dedicada ao deus Júpiter, na Quinta do Alão.
Mas de acordo com a tradição, a primitiva edificação do local remonta a um pequeno mosteiro com uma igreja, sob a invocação do Salvador, erguidos no século X através do patrocínio de um senhor daqueles domínios, no contexto da Reconquista cristã da Península Ibérica, à época dos primeiros monarcas asturo-leoneses. Nenhum elemento dessas estruturas pré-românicas chegou até aos nossos dias.
Ao longo de todo o século XI o primitivo mosteiro é referido em diversos documentos coevos: um documento de 1003 descreve a doação do mosteiro a D. Tructesindo Osores e sua mulher D. Unisco Mendes, padroeira do mosteiro. No ano de 1021, o mosteiro foi deixado aos filhos do casal, mas em 1094, o padroado foi transmitido à Sé de Coimbra, por doação de Raimundo de Borgonha, conde da Galiza, e sua mulher Urraca I de Leão e Castela.
Crê-se que D. Guntino (prior do mosteiro no século XI), tenha feito obras no mosteiro e renovado a igreja.
Em data incerta, na segunda década do século XII, D. Afonso Henriques (1112-1185) doou o couto de Leça à Ordem dos Hospitalários[1], uma das primeiras Ordens Militares documentadas em território português. No primitivo mosteiro estabeleceu-se a Casa Capitular da Ordem, que passou, posteriormente, a sede de um de diversos bailiatos, de onde adveio o topônimo à povoação: Leça do Bailio
11- MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE LEÇA DO BAILIO.wmv
FOTOLOG
FEIRA MEDIEVAL 2014 - LEÇA DO BALIO - MATOSINHOS
REPORTAGEM - Sétima edição dos Hospitalários no Caminho de Santiago - FEIRA MEDIEVAL
A Recriação Histórica da chegada dos peregrinos ao mosteiro é a primeira grande atração da feira medieval Os Hospitalários no Caminho de Santiago que abre as portas hoje, dia 6 de Setembro, pelas 19 horas.
O mosteiro de Leça do Balio, como todos os mosteiros medievais, e muito especialmente os dos Hospitalários, tinha um importante papel na assistência e protecção aos peregrinos que demandavam Compostela: um dos três lugares mais sagrados do cristianismo (juntamente com Jerusalém e Roma) e onde se localizava o túmulo de S. Tiago, o apóstolo responsável pelas primeiras conversões na Península Ibérica e, juntamente com S. Pedro, em Roma, o único discípulo de Cristo sepultado na Europa.
Localizado junto à antiquíssima estrada romana que, do Porto, se dirigia para Braga, o mosteiro de Leça do balio apresentava uma série de estruturas, incluindo um albergue/hospital, que durante séculos foi utilizado por inúmeros peregrinos, dos mais modestos e anónimos a reis e rainhas de Portugal.
A chegada dos peregrinos e o seu acolhimento ao mosteiro é um momento emocionante. Agasalhado pelos freires, o romeiro é depois objecto a uma lavagem dos seus pés e aos tratamento das suas feridas.
Por vezes (e há provas documentais disso mesmo em Leça do Balio) o peregrino vem em tamanho sofrimento que acaba por morrer. É possível, por isso, que possa assistir também ás exéquias de um romeiro falecido, ao seu enfaixamento e sepultura no lajedo da igreja.
Ao longo dos próximos quatro dias, o Mosteiro de Leça do Balio transforma-se e ganha uma nova vida com a recriação histórica de Os Hospitalários no Caminho de Santiago, uma iniciativa que já vai na sétima edição e que este ano, à semelhança dos anteriores, promete ser inesquecível.
PROGRAMA
Quinta-feira, dia 6 de Setembro
17h00 - Abertura da Feira
19h30 - Recriação histórica da chegada dos peregrinos ao Mosteiro
22h00 - Concerto de música de índole Medieval
24h00 -- Encerramento
Sexta-feira, dia 7 de Setembro
12h00 - Abertura do mercado
22h00 - Concerto música medieval
24h00 - Recriação da Lenda de Ferro Caldo
01h00 - Encerramento
Sábado, dia 8 de Setembro
12h00 - Abertura do mercado
15h00 - Recriação Histórica - Entrada Régia El Rei D. Fernando vem de Lisboa a Leça
19h00 - Torneio Medieval apeado
20h30 - Ceia Medieval com animação
22h00 - Concerto música medieval
01h00 - Encerramento
Domingo, dia 9 de Setembro
10h00 -- Peregrinação pelo Caminho de Santiago, da Capela de Santo António do Telheiro até ao Mosteiro de Leça do Balio
12h00 - Abertura do mercado
17h00 - Recriação histórica do Casamento de D. Fernando e D. Leonor
21h30 - Concerto de música medieval
22h00 - Espetáculo de encerramento
FONTE:
A Festa do Fogo - Feira Medieval de Leça do Balio 2013 09 07
Espetáculo de fogo
MALATITSCH (parte 2)
VI Castro Galaico - Festival de Nogueiró | Braga
09-JUL-2015
MALATITSCH
Portugal
Easter 2011 provincial Catholic religious procession in Sao Bras de Aportel, Algarve region (southern coast) of Portugal
Entrada da imagem da Rainha Santa Isabel no Mosteiro de Santa Clara - Coimbra 2012
Final da procissão solene da Rainha Santa Isabel, com a entrada da imagem no Convento de Santa Clara. Festas de Coimbra 2012
FOTO ALVES - Casamento Sonia e Ricardo
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Atividade salvem o NOSSO Rio Leça inserido nas 48h de voluntariado do CNE pela Comunidade 37 do Agrupamento nº8 de Águas Santas
Tuna de Santa Marinha homenageia José Guimarães
A comemorar o seu 94º aniversário, a Tuna de Santa Marinha cantou os parabéns com a apresentação do primeiro Festival de Teatro José Guimarães. Sendo este um artista da casa, e um dos maiores de todos os tempos, este festival inaugurou, no dia 16 de setembro, com a abertura de uma exposição em sua homenagem.